O
homem projeta-se como um ser pensante, valorizando a imaginação. A
subjetividade do artista é reforçada pela junção de vários estilos culturais
das diversas sociedades que se encontravam, vivenciando um mundo que passava
por mudanças marcantes, século XX, ano 1969, as novas gerações, reforçaram
aquele momento, levando a novos rumos o contexto mundial. Fazendo explodir
naquela fazenda de propriedade de Max Yasgur, Bethel na região de Woodstock.
Onde na época já tinha como moradores do Condado, Bob Dylan e o The Band.
Os
valores morais e éticos, estavam em queda livre, a própria tensão causada pela
Guerra Fria não assustava mais. Os jovens no mundo inteiro, mudavam de
atitudes, em sua maioria oriundos de uma classe média nem tão abastada.
O
imperialismo reforça as suas bases, abrindo espaço para uma ferramenta
importante, o neoliberalismo, que vai ter uma abertura de peso através da
Inglaterra e dos Estados Unidos, onde os protestos são crescentes, líderes são
assassinados, independente da origem social (Luther King e Bob Kennedy), as
suas bases ideológicas vão de encontro ao sistema determinante.
O final de uma década, conflitos mundiais, medo e esperança. A guerra do Vietnam, leva os jovens às ruas, aos movimentos de protesto, tendo a paz e o amor como pauta de uma existência.
A contracultura, despertava
para um mundo que avançava cada vez mais para globalização, são inúmeros fatos
marcantes no mundo da música, no universo da arte, para aquela década no
contexto mundial.
No
Brasil, mesmo sofrendo com os efeitos, de um golpe militar, vamos ter nos anos
60, a bossa nova, a jovem guarda, a tropicália.
Os
Estados africanos, iniciam um processo de independência a partir do final dos
anos 60, Richie Havens, exprime essa força no palco do festival de Woodstock,
no primeiro dia.
Em
1964, em meio as crises no Oriente Médio, foi criada a Organização para a
Libertação da Palestina (OLP).
Nos
Estados Unidos, o então presidente Nixon, aumenta os ataques aéreos ao Vietnam
do Norte.
Na
França, 1969, jovens universitários, saem as ruas em protesto pelos testes
atômicos desenvolvidos pelo país em uma ilha do Oceano Pacífico.
Foi assim que muitas tribos se reuniram (400/500), mil pessoas, naqueles três lindos dias que fizeram acontecer o festival de Woodstock. Não posso entrar nos mínimos detalhes, só a lista de bandas, entres os dias 15/16/17-08-1969, registrado em vinil (são 5 discos), para a contemporaneidade são 4 dvds. Teve de tudo, música de protesto, country, rock suave/pesado, rock progressivo, música indiana (Ravi Shankar e a sua cítara maravilhosa). Eles fizeram a festa, Country Joe and Fish (o country progressivo de Joe McDonald), Arlo Guthrie, Jefferson Airplane (o progressivo suave), Santana (e a fusão do Latino com o rock, a sua habilidade como guitarrista e uma banda de peso), Joan Baez (e amúsica de protesto, pacifista, na época brigava pela não obrigatoriedade no serviço militar, pelo fim da guerra do Vietnam), Joe Cocker and the Grease Band (maravilhoso arranjo para a música with a little help from my friends, dos 4 garotos de Liverpool), Tem Years After (com a sua guitarra alucinante), The Who (um progressivo pesado), Canned Heat (country e folk, uma fusão que sai um rock suave e gostoso), no mesmo estilo o Grateful Dead, Sly and Family Stone (uma fusão do soul e rock psicodélico), Crosby, Stills and Nash (que coisa divina, o som tirado por essa banda, uma alquimia musical, country, rock, folk), Janis Joplin (a pantera branca do blues), Jimi Hendrix (o mestre de cerimônias), John Sebastian, Quill, Mountain, Creedence ... Para cada um deles, algo para dizer.
Os festivais já existiam, Janis e Hendrix, já tinham
feito as suas performances em Monterrey Pop, um festival que chamava à atenção
para a indústria discos, devido aos nomes que surgiam juntamente com os grupos
de jazz, oriundos do Mississipi e de outras regiões do Sul, esse fluxo de
músicos em direção a Califórnia, teve início, desde o pós guerra, (depois vai
se consolidar nos anos 70, em San Francisco). Momentos difíceis, é claro que
aconteceram, jamais poderia deixar de acontecer, nos dias de hoje acontece,
imagine um acontecimento de meio século com um contingente humano daquele
porte. Mas aquele lugar foi a chave mágica para todos os futuros mega
festivais. Os ingleses, um ano depois (agosto de 1970) fizeram na Ilha de
Wight, com público de astros e plateia com certa semelhança.
Aquela safra dos anos
60, explode em agosto de 1969, no festival de Woodstock, o primeiro a trazer em
um só evento um número jamais visto (músicos e assistência), na época foi um
acontecimento fantástico, a paz e o amor, sendo pregado como filosofia de vida
pelo movimento hippie, o desabrochar da era de aquário, a contracultura surge
para quebrar os valores da cultura tradicional, o mundo passa por ajustes nos
parâmetros culturais e os jovens impulsionados por novos valores, tendo na
música uma ferramenta de poder, consegue abalar as estruturas do status quo.
Iaponan - 01/05/2021
Sensacional o texto. Belo resgate da memória musical.
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